segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

. Sentir presente, quando ausente.


Três segundos se passaram até que a próxima batida pudesse ser sentida... Acho que é assim então,  o som de um coração descompassado. Oco, fraco, quase imperceptivel.
Será que essa é a sensação de não sentir nada?! Vazio... Completo e absoluto? Será assim a sensação de desamar? De desafogar, de não pulsar? Não deveria ser assim. Deveria?
Essa sensação de falta, de perda, não deveria estar aqui ainda.
Você não disse que seria assim. Disse? Ah , é mesmo, você não disse nada. Você só desapareceu não é mesmo?
Eu tenho me perdido do seu sorriso, sabia?! Quase já não consigo lembrar dos traços do seu rosto... E as lembranças estão ficando nevoadas. Não; não se preocupe... Elas vão voltar. Me disseram que elas estão apenas me testando.  Para que eu prove pra mim mesma que estou me esforçando pra me desgarrar. E estou quase conseguindo sabe... Quase consigo passar o dia inteiro sem te lembrar... Mas derrepente, no último instante do dia. No silêncio, na calada da noite, eu me pego desejando que todos os anjos guardem seus sonhos. Sei que não deveria, mas não posso evitar. É com se fosse automático, de um momento para o outro acontece! 
Essa coisa toda tem me deixado muito confusa. Esse desejo de fuga, de presença, de deleite. Tudo misturado. Um dia alívio, no outro inquietação. Me diz pelo amor de Deus quem inventou esse maldito sentimento? Não, não a droga do amor. Eu estou falando do querer. Desejar mais que tudo. Sentir presente, quando ausente. Me conta a lógica desse sentimento contraditório? Me explique a sensação de choque na pele quando ao fechar os olhos me lembro do toque. Sim, ainda dá choque. Eletriza, como uma corrente de energia, como um curto circuito. Me explica, pelo amor de Deus, como depois de tanto tempo, ainda me lembro do teu cheiro, do gosto do beijo, do conforto do seu abraço, do som da risada, do timbre da voz,da sensação de felicidade, da doçura de acordar. Tem um remédio que cure a dor de querer?! Uma vitamina que supra a ausencia? Um inibidor que controle o vício? Me explique  o porque de querer, exatamente o que não se pode ter.
Me explica o reconhecimento do cheiro da sua pele. Da lembrança exata do gesto de afastar uma mecha do meu cabelo. Do gosto que você tem por ele (Bom gosto que você perdeu em algum lugar no seu quarto né ! ) Me explica O olhar   ...    Que me faz prender a respiração, perder o ar. Me explica o que fazer com a vontade de poder. De ouvir. De ver. De sentir. De tocar. 
Me diz o que fazer quando o momento de celebrar chegar? De apagar as vinte e uma. Vinte de vida, e uma de você.
E agora me explica como isso aqui virou você? Em que parte... Que momento? Me diz com todas as letras: POR QUÊ?!


'Querendo ver o mais distante e sem saber voar'


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