. aquilo que a gente chama de SAUDADE...

Eu ando com uma saudade histérica, urgente, consumível. Daquelas que não nos permitem ficar quietos e nem nos deixa em paz. Me pego viajando em suas fotos, no contorno da sua boca, nas pernas roliças e graciosas, no seu olhar desconcertante e nas marquinhas de expressão que aparecem debaixo dos seus olhos quando você sorri. Eu sinto falta das nossas conversas longas e doces, as vezes quentes, as vezes ternas e por vez, tão serias que me fez chorar. Eu sinto saudade da sua confusão, da minha confusão, dos meus sorrisos espontâneos, dos seus sorrisos marotos, dos assuntos com pouco nexo que eram tão significativos e tão bobos. Eu sinto saudades de sentir alegria aos domingos. De perder a cabeça, de ouvir o silencio embaraçoso pelo telefone, de me sentir especial, ainda que mais uma vez.  Eu estou, definitivamente estou, com fome da sua presença, das mentiras uteis, das manias bobas, da sua companhia fácil, sem brigas, sem desaforos, sem domínio de nenhuma parte, só com leveza e beleza. As vezes eu ando na rua e paro bruscamente quando sinto o cheiro do seu perfume, quando vejo um nariz com o mesmo formato que o seu, ou alguém com um timbre parecido com o da sua voz. As vezes escuto aquela música e fico pensando se o mundo é mesmo tão pequeno que poderia algum dia te trazer de volta. Nem que por apenas mais uma vez! Quanto tempo faz? Qual foi a ultima vez que você segurou a minha mão? Estava frio, ventava tanto ! Eu desisti de me enganar, desisti de mentir pra mim. Eu quero a sua presença de espírito, te abraçar por quanto tempo eu precisar até que eu consiga te deixar ir, pra que um dia eu consiga te ver e sorrir. Não de deboche,  como eu faço hoje em dia para certas provocações. Com extrema afeição e carinho, e só!

‎' Supere isso e, se não puder superar, supere o vício de falar a respeito! '

 ( Caio Fernando Abreu)

- Por isso agora eu escrevo. Só escrevo.