quinta-feira, 12 de abril de 2012

Reticencias.

Não deveria fazer essa observação pré-textual. Mas não me contive. Foi demais pra mim. Me encontro aqui, sentada nessa cadeira. Mais vermelha que um pimentão, e encabulada comigo mesma. Já pensei, enumeras vezes em, o porque de aceitar um desafio como esse. Não só pelo meu jeito discreto de ser... Discreto não é a melhor palavra, RESERVADO em alguns assuntos, seria melhor. Mas também por imaginar como será a reação de quem ler isso aqui. Mas, como eu não sou mulher de não cumprir com a minha palavra. E nem de desistir antes de tentar... Vou controlar a 'tremulencia', e apertar o PUBLICAR. Antes que eu desista.
Perdoe pela qualidade literária ruim. É que o assunto me encabula, além de ser um tanto polêmico. Grata ! 





A sensação fora inusitada quando ela o enxergou no meio da multidão. Fazia mais ou menos um ano, desde que o vira pela ultima vez. Ele estava ligeiramente mais velho, cabelos desarrumados, barba por fazer. Os ombros largos pareciam mais fortes, dentro da regata justa, e a calça jeans, perfeitamente assentada ao corpo. Nem mais gordo, nem mais magro. Mais gostoso. Foi o que ela pensou. Com aquele estilo charmoso, de quem está ali por nada. E o sorriso maroto, que viraria a cabeça até da mulher mais centrada da face da Terra. Ele parecia mais uma cena tirada de um filme de Hollywood. E no entanto, lá estava ele. Misturado no meio das muitas pessoas, á poucos metros de onde ela estava parada. 
Provavelmente percebendo que estava sendo observado, ele olhou em sua direção. E quando seus olhares se encontraram, ela estremeceu. Ela se lembrava. Exatamente como era o poder daqueles olhos. Quase que contentada, sorriu, num sorriso tímido. E se virou, um pouco de lado, voltando á atenção para atração principal do show. 
Sentia um impulso forte de se virar. Olhar nos olhos dele mais uma vez. Falar com ele, quem sabe... Mas sabia que não devia. Ele á tinha visto. Sabia que ela estava ali. Se fosse de seu interesse ele se aproximaria. Continuou olhando para frente. Via mais não enxergava. A cabeça estava em outro lugar. 
De repente o impulso foi mais forte que ela. Olhou em sua direção, mas não o viu mais lá. Ele havia sumido. - Pois então era assim que seria, ele tinha desaparecido, como já tinha feito um dia. E provavelmente não apareceria mais- ela pensou. 
E então, sentiu o toque. Ela nunca se esqueceria a sensação daquelas mãos. Grandes, habilidosas, gentis. 
Se virou devagar. E quando seus olhos pousaram nele, estremeceu, num sobressalto. Não sabia que seu corpo reagiria tão imediatamente a presença dele. Ou talvez soubesse. Mas não esperava. Ele sorriu em cumprimento. E lhe deu um beijo na face. Falou sobre o tempo que não se viam. Sobre a vida. E o presente. E ela respondeu. Conversar com ele assim, tão perto, era quase ameaçador. Um dos seus maiores receios. Mas não havia porque fugir. Ela estava ali. E permaneceria ali.
Se muito tempo havia passado, ela não saberia dizer. Mas aos poucos o barulho foi cessando, o local esvaziando. E os dois perceberam, simultaneamente, que o show tinha terminado. O cantor cantava sua música mais famosa, pela segunda vez. 
Ele perguntou com quem ela estava. E ela respondeu que estava com algumas amigas mas, se dando conta tarde demais, que não fazia ideia de onde elas estavam. Ele, prontamente se ofereceu para leva-la em casa. Disse que estava dando carona á dois amigos. Mas que poderia deixa-los em casa e depois leva-la. Era tão ele, que ela nem se surpreendeu. Aceitou. Não poderia ser tão mal assim. E ela conhecia um dos amigos, que estavam com ele. 
Foram conversando até o carro. Cada um contando sobre sua vida, e o rumo que tinham tomado desde que se encontraram pela última vez. Passaram todo o caminho conversando sobre assuntos leves, entre si, e com os acompanhantes de viajem. E quando pararam em frente a casa dela. Um silencio surdo imperou entre eles. Tanto que dava pra ouvir a respiração de cada um.
Os minutos que se passaram a seguir foram como um clarão. Ele a tomou nos braços, e lhe beijou com uma urgência desconcertante. Não pediu autorização. Saiu do carro, deixando a um pouco confusa. Abriu a porta do passageiro e a arrematou para fora. Subiram os três lances de escada aos beijos. Daqueles com a boca toda. Que toca todo o libido. Revira ao avesso. 
Antes da porta acabar de ser fechada, suas roupas já se encontravam no chão. Ele sempre fora assim. Urgente. Intenso. Preciso. O tipo de homem que fazia de qualquer donzela, uma mulher de verdade.
Afastou-se dele. Precisava de tempo para respirar enquanto se decidia. Olhou  o parado ali. Sorrindo com aquele sorriso travesso. Ele sabia. Sabia exatamente o poder que tinha sobre ela. E isso era ao mesmo tempo, delicioso e preocupante. Mas ali, esperando pacientemente, estonteante como sempre, não parecia mal. Muito pelo contrario. 
Ela afastou o pensamento. Que seja doce - como diria o Caio de Abreu. E puxou-o pra si. 
O contato com a língua quente era contentador, as mãos dele  deslizavam, pressionando devagar, em direção a coxa dela. E as mãos dela, por sua vez, passeavam livremente pela nuca dele. O beijo foi se tornando mais ardente. A boca dele percorria devagar o pescoço, subindo lentamente para o lóbulo da orelha. Ela soltou um gemido. Ele sabia fazer com que ela perdesse as estribeiras em poucos instantes. Ele era, um verdadeiro perigo.
Ela o parou por um momento. Parecia meio romantizado interrompe-lo naquele instante, mas ela precisava saber... Ali estava - nos olhos dele - a resposta que ela precisava. Ainda era amor. Ainda era desejo. Ainda dava choque. Ela puxou o para si. Foi descendo lentamente para os mamilos. Percorrendo lentamente a barriga com a língua. Observando a pelugem que, como diria sua mãe, formavam o caminho da felicidade. 
Tomo-o na boca. Ele soltou um gemido abafado, quase divertido. Ele era voluptuoso, ardente, " bem dotado " - como diria sua amiga Bel. Ela riu ao ter essa lembrança. Péssimo momento para se rir - lembrou a si mesma. Ele sorriu sem entender. Levantou a e tomou nos braços, levando para cama. Tomou o comando, puxou-lhe os cabelos de leve, mordiscou-lhe os seios, beijou-lhe a barriga. Entre gemidos e suspiros, chegaram ao ápice. 
Horas depois estavam exaustos, estirados na cama com um sorriso satisfeito nos lábios, plenamente saciados. O dia já começava a clarear. E qualquer coisa que fosse necessária para justificar a vida morna de antes, estava subtendido ali. 
Deu uma última olhada naquele corpo nu estendido em sua cama. Perfeito. Absolutamente! Levantou-se, tomou um banho, colocou os tênis de corrida, cumprimentou os velhinhos na praça. Cumpriu os 10km. E quando retornou, a chave estava debaixo do tapete - como era de costume. Ele já não estava mais ali. 
Nunca mais o viu. Mas até hoje ao acordar, poe-se a lembrar, sorri e intimamente deseja, Tenha uma boa vida !   








                                               - aos meus três xarás favoritos. 
                                                Meus senhores da pátria, 
                                                que reviram minha vida ao avesso.
                                                Cada um ao seu modo. ;)




Gente... pelo amor de Deus, parem de me ligar perguntando quando, onde e com quem isso aconteceu! ISSO É UM CONTO FICTÍCIO! --' 





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